Palestra de Abertura
9 de outubro de 2017, das 10h às 11h30min
Local: ILEA
Local: ILEA
Em busca das ilhas de desordem
Leonardo Munk (UNIRIO)
O
recorrente recurso à ilha imaginada por Thomas More há mais de 500 anos parece
não ter encontrado efetiva guarida em meio aos sistemas políticos vigentes. O
fato é que a racionalidade positiva almejada pelo humanista inglês pouco
sobreviveu àquela instrumentalização da vida intuída por Adorno e Horkheimer. À
posterior Globalização inclemente com os usos locais caberia, portanto, um
movimento de resistência que perpassa aspectos políticos e econômicos,
urbanísticos e linguísticos, entre outros. Ilhas de desordem capazes de
proporcionar espaços de violência e liberdade, de risco e oportunidade.
Leonardo
Munk atua no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGAC) da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), dedicando-se aos estudos da
dramaturgia e da cena e suas relações com as políticas do corpo e da imagem.
Palestra de encerramento
10 de outubro de 2017, das 14h às 15h30min
Local: ILEA
Local: ILEA
Estudos culturais e literários: um fio de fumo
Eneida Maria de Souza (UFMG)
Em
Cuba, na metade do século 19, implementou-se a prática de leitura de jornais e
obras literárias nas fábricas de charuto, realizada em voz alta por um leitor
especializado. Com o intuito de tornar o operário mais cultivado e em contato
com as notícias cotidianas e políticas da época, esta prática contribuía ainda
para impor disciplina e ordem no trabalho, incentivando-se seu aprimoramento. A
função exercida pelo leitor, intermediário na operação de leitura, seria o de
reunir ofício e lazer, cultura e comunidade, voz e silêncio.
Eneida
Maria de Souza é professora titular em Teoria da Literatura e professora emérita
da UFMG. Doutorou-se em Literatura Comparada — Semiologia — na Université de
Paris VII. Suas pesquisas voltam-se principalmente para crítica cultural,
dependência cultural, Mário de Andrade, biografia literária e crítica
brasileira. Publicou mais recentemente Correspondência — Mário de
Andrade & Henriqueta Lisboa (2010) — Prêmio Jabuti 2011; Janelas
indiscretas — Ensaios de crítica biográfica (2011), Tempo de pós-crítica,
2a. edição, (2012) e Modernidade toda prosa, em coautoria com Marília
Rothier Cardoso (2014).